8 de nov. de 2008

A Visão Planetária de Barack Obama


Esse artigo de autoria do Carlos Cardoso Aveline , foi publicado em várias listas de discussão e originariamente no site 'Filosofia Esotérica' . Apesar do texto ser muito longo e sabendo que geralmente as pessoas não lêem textos assim em blogs , decidi postá-lo aqui .
Eu me considero uma teosofista, ainda que não faça parte de nunhuma congregação teosófica. Tive meu primeiro contato com a teosofia ( filosofia esotérica ou sabedoria divina ) através do livro " A Chave da Teosofia " , de Helena P. Blavatsky, que ganhei de um frater rosacruz. Ainda não li "A Doutrina Secreta " da mesma autora, mas tenho pesquisado bastante sobre os temas abordados nesse livro, principalmente sobre a gênese da humanidade , e tenho encontrado respostas satisfatórias às perguntas que sempre me acompanharam : de onde viemos, quem somos, para onde vamos?
Eu já admirava o senador , e agora presidente eleito , Barack Obama. Após a leitura deste texto passei a admirá-lo mais ainda .



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O Presidente Eleito dos Estados Unidos
Resgata Idéias da Filosofia Teosófica Clássica

Por Carlos Cardoso Aveline

“O verdadeiro teosofista não pertence a nenhum
culto ou seita, e no entanto pertence a todos eles”.
(Robert Crosbie)

“Em nossa casa, a Bíblia, o Alcorão e o Bhagavad
Gita ficavam na prateleira juntamente com os livros
da mitologia grega, norueguesa e africana. Na
Páscoa ou no Natal [minha mãe] me arrastava para
a igreja, assim como para templos budistas, para a
celebração do Ano Novo chinês, para santuários
xintoístas ou para antigos locais de rituais havaianos.”
(Barack Obama)



A teosofia é uma filosofia planetária e a sua meta primeira é despertar a compreensão e a vivência da fraternidade universal. Assim como o movimento teosófico, ela é independente de rótulos, nomes pessoais, ideologias ou organizações. O que define o verdadeiro campo de ação da teosofia clássica e do seu estudante são fatores muito reais mas intangíveis como a compreensão das leis da natureza, a consciência ética e uma solidariedade para com todos os seres.
Ter acesso à sabedoria divina é um assunto de almas e não de corporações ou instituições. William Judge, um dos principais fundadores do movimento esotérico moderno, escreveu:
“Como o Movimento Teosófico é contínuo, ele pode ser encontrado em todos os tempos e todas as nações. Onde quer que o pensamento venha lutando para ser livre, onde quer que as idéias espirituais tenham sido promulgadas em oposição às formas e ao dogmatismo, lá o grande movimento pode ser percebido.” [1]

Deste ponto de vista, um cidadão de boa vontade e visão ampla pode ser considerado um verdadeiro teosofista, ainda que não seja membro de qualquer agrupação teosófica. Não importa se ele é cristão, judeu, budista, muçulmano ou seguidor de uma ou de outra filosofia. Na medida em que ele compreende a universalidade da ética planetária, sua vida ajuda a abrir espaço para a percepção da fraternidade universal, e ele é um verdadeiro teosofista, no plano da alma. Este talvez seja o caso do senador Barack Obama, eleito presidente dos Estados Unidos em novembro de 2008 e que agora se prepara para assumir a liderança do país mais influente do nosso processo civilizatório. Examinando fatos da vida de Obama e fragmentos dos livros que escreveu, poderemos avaliar o tamanho da afinidade entre ele e a ética e a sabedoria universais.

Derrubar os Muros Entre Povos, Raças e Religiões.

Em julho de 2008, Barack Obama falou em Berlim, Alemanha, para uma multidão calculada pelas autoridades policiais em duzentas mil pessoas. Ele abriu o evento sem precedentes esclarecendo que estava ali na condição de “cidadão do mundo” – uma expressão que contém em si mesma a idéia da cidadania planetária e de um mundo sem fronteiras. Ali estava um cidadão em campanha eleitoral nos Estados Unidos, falando em manifestação de rua em país europeu. Em seguida, Obama formulou a sua proposta de cooperação entre todos os povos. Referindo-se indiretamente à derrubada democrática do Muro de Berlim, em 1989, ele disse:
“A solidariedade e a cooperação entre as nações não é uma escolha. É o único caminho, o único caminho, para proteger a nossa segurança comum e fazer avançar a nossa humanidade comum. É por isso que o maior de todos os perigos seria permitir que novos muros nos dividam um dos outros. Os muros entre os velhos aliados dos dois lados do Atlântico não podem ficar de pé. Os muros entre os países que têm muito e os países que têm muito pouco não podem ficar de pé. Os muros entre raças e tribos; nativos e imigrantes; cristãos e muçulmanos e judeus, não podem ficar em pé. Estes são, agora, os muros que nós devemos derrubar. Nós sabemos que eles caíram antes. Depois de séculos de conflito, os povos da Europa formaram uma união promissora e próspera.”

E prosseguiu:

“Aqui, na base de uma coluna construída para marcar a vitória na guerra, nós nos encontramos no centro de uma Europa em paz. Muros caíram não só em Berlim, mas eles vieram abaixo em Belfast, onde os protestantes e os católicos descobriram uma maneira de viver lado a lado; nos Balcãs, onde a nossa aliança Atlântica terminou as guerras e apresentou criminosos de guerra à justiça; e na África do Sul, onde a luta de um povo corajoso derrotou o apartheid. Assim, a história nos faz lembrar do fato de que os muros podem ser derrubados. Mas a tarefa nunca é fácil. A verdadeira cooperação e o verdadeiro progresso requerem um trabalho constante e um sacrifício contínuo. Eles exigem que se compartilhe as responsabilidades do desenvolvimento e da diplomacia; do progresso e da paz. Eles requerem aliados que escutam uns aos outros, que aprendem uns dos outros, e, sobretudo, que confiam uns nos outros.” [2]

Libertar o Mundo Das Armas Nucleares.

Barack Obama acrescentou:

“Este é o momento em que devemos renovar a meta de um mundo sem armas nucleares. As duas superpotências que olhavam uma para a outra através do muro desta cidade estiveram demasiado perto, por um tempo demasiado longo, de destruir tudo o que nós construímos e tudo o que amamos. Com o final daquele muro, nós não necessitamos ficar parados sem fazer nada, olhando para a proliferação da energia atômica mortal. (...) Este é o momento de começar a trabalhar em busca da paz de um mundo livre de armas nucleares.”

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